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domingo, 10 de setembro de 2017

Mistérios da Guaicurus - Sexo, luxo e muitas histórias – Sexo em BH, parte 5

Entre os hotéis da Guaicurus e as boates chiques da Zona Sul de Belo Horizonte, a diferença é muito grande para quem quer apenas alguns minutos, ou horas, de prazer em companhia de uma mulher.
A começar pelo próprio ambiente. Nas boates, os amplos salões iluminados por jogos de luzes, preferencialmente avermelhadas, são como os corredores dos hotéis da Guaicurus. É nestes salões elegantes que as mulheres se oferecem para os homens, etapa inicial do jogo do sexo que, na Guaicurus acontece nos corredores apertados e simples dos hotéis. Nestes locais, o sexo acontece ali mesmo, nos quartos.
Entre os hotéis da Guaicurus e as boates chiques da Zona Sul de Belo Horizonte, a diferença é muito grande para quem quer apenas alguns minutos, ou horas, de prazer em companhia de uma mulher.
A começar pelo próprio ambiente. Nas boates, os amplos salões iluminados por jogos de luzes, preferencialmente avermelhadas, são como os corredores dos hotéis da Guaicurus. É nestes salões elegantes que as mulheres se oferecem para os homens, etapa inicial do jogo do sexo que, na Guaicurus acontece nos corredores apertados e simples dos hotéis. Nestes locais, o sexo acontece ali mesmo, nos quartos. Com as garotas das boates, o programa acontece fora dali, quase sempre em motéis. Na Guaicurus, chega-se a pé; já as boates oferecem vagas de estacionamento e manobristas. A diferença não está só na aparência das casas. Está também no preço do programa. Nas boates, o mesmo tempo de prazer custa infinitamente mais do que ganham as garotas da Guaicurus. E muitas pessoas pagam por isso. Esse é o mercado do sexo de alto luxo em BH, que o Bhaz mostra nesta reportagem.
Na rua Rio Grande do Norte, com entrada discreta, a Crystal Night Club, aberta no final do anos de 1990, passa despercebida a quem é menos atento. Mas, basta cair a noite que o movimento aumenta. Na portaria, três homens fazem a segurança. Não há detector de metais, mas o estilo do cliente é farejado pelos homens logo na entrada. Quem pára ali para diversão tem direito a manobrista com estacionamento privativo e muitas, muitas garotas bem cuidadas para satisfazer, por algumas horas, os desejos da carne. Mas, prepare-se. Não adianta ir ao local se não estiver disposto a gastar. É o que dizem as garotas que lá trabalham.
“Não adianta vir aqui se você não tem ao menos R$ 1 mil no bolso”, conta L., a baiana de 26 anos de traços nipônicos que trabalha na casa há cerca de um ano. O programa com ela sai a R$ 700, mas ela garante que sempre tem uma negociação. “Eu tenho uma meta diária que varia entra R$ 200 a R$ 400 por noite. Então, negocio. Se eu vejo que o cara é problemático, papo chato, ruim, nem rola. Aí é que aumento o preço mesmo. Mas, se o cara é gente boa, tem um assunto legal, por que não vou reduzir o valor?”, conta L. Beleza, segundo ela, é o que menos importa. “Beleza não tem desconto, mas ser gente boa, conta muito”.
Segundo L., os R$ 700 inclui tudo com camisinha, menos anal, que é cobrado à parte e gira em torno de R$ 100. Mas, se o dote do cliente for algo fora da média de 18 centímetros ou muito grosso, nem rola, lembra.  “Eu não vou fazer algo para me machucar”, diz ela, aos risos. Ela revela que, no dia anterior ao da entrevista, faturou R$ 1.200 ao sair com quatro rapazes com idades entre 18 e 19 anos. “Dei um super desconto e cobrei de cada um R$ 300. Fizemos uma festinha e todo mundo se divertiu. Me trataram como um rainha. Foram fofos”.  Ela diz que os homens mais jovens têm um perfil mais selvagem, enquanto os trintões, quarentões ou de mais idade preferem um sexo mais delicado, suave.
Naquela mesma noite, após voltar para a boate, de táxi, apareceu um cliente que queria algo diferente. “Fomos para o motel e ficamos conversando. Ele deu um ‘raio’ (gíria que descreve o uso da cocaína por via nasal)”, bebeu e me pediu que arrumasse um rapaz para ele. Liguei para um conhecido e passei o bastão”. Por essa companhia e esse “favorzinho”, a baiana, que fica de 15 a 20 dias em BH e o restante do mês em Salvador, recebeu R$ 1.700. Acredite, se quiser!  “Isso é muito comum. Muitas vezes, o cara não quer ‘f..’. Ele quer beber, cheirar e dar o rabo. Quando não para outros homens, mas para mim mesma. É divertido comer os caras. Me diverte mais do que dar”, conta ela.
L. era bancária antes de tornar-se garota de programa. Ela faz o curso de direito, mas não esconde o gosto pela profissão de garota de programa. “Eu estou aqui porque quero. Eu sempre gostei de uma putaria. Minha família sabe disso e me apoia. Se posso dar e cobrar por isso, porque não?”. Os familiares, incluindo o marido, que também já foi seu cliente, moram Salvador. “Eu estou feliz. Como bem, moro bem aqui na zona Sul e tenho o meu dinheiro para pagar o que quero. Venho aqui dançar e beber por conta dos clientes. O que mais posso querer?”, indaga L., sem hesitar.
Além dos programas, L. participa das apresentações de dança no salão principal da boate.  Cada garota recebe R$ 70 por show para se apresentar em roupas provocantes ou vestindo fantasias. “Muitas vezes, a gente oferece o mesmo show para determinado cliente. Se ele comprar, danço para todos, mas, principalmente, para ele, o que pode custar em torno de R$ 200”. Segundo ela, o movimento na casa diminuiu bastante com a crise econômica. Sendo assim, os shows são importantes porque a ajudam a reforçar o caixa. “O cara que vinha de quatro a cinco vezes no mês, hoje vem uma, duas vezes, e olhe lá”. Ela revela que os dias bons são quando há encontro de evangélicos em uma casa de espetáculo existente nas proximidades da boate. “Os pastores e obreiros bombam aqui”.

Na Zona Sul de BH, entrada da boate se destaca pelo luxo e em nada lembra as portarias dos hotéis da Guaicurus (Crystal/Divulgação)

Com a bandeja na mão

Entre a Guaicurus e as boates há uma diferença também em relação ao pagamento pelo aluguel do espaço onde se dá o jogo da sedução. Na Guaicurus, é a mulher quem paga o aluguel do quarto. Na boate, não existe quarto, pois o programa é feito fora. Ao chegar à boate, o cliente paga o couvert artístico, que custa R$ 89 na Cryistal.  Para sair com uma menina da casa, também paga o mesmo valor pelo que a casa denomina de “couvert feminino”. Já o valor do programa é negociado entre as partes, não tendo a boate qualquer participação nesse entendimento. O valor varia bastante, R$ 500 a R$ 800, mas, negociando-se, é possível conseguir preços que vão de R$ 300 a R$ 350.
Nas boates chiques da Zona Sul, a música é geralmente o pop internacional e as baladinhas. Nelas, sertanejo não tem vez. No comando da sonorização, está o DJ, que, discretamente, de sua posição privilegiada, acompanha a noite do pagou-levou. A carta de bebidas chama atenção pelo preço. A garrafa de uísque Johnnie Walker Blue 21 anos não sai por menos de R$ 1.750. Uma opção de menor custo, o Royal Alute, sai a R$ 1.600. Se, para esquentar a noite, o cliente preferir um champanhe, ele terá que desembolsar R$ 700 pela garrafa do Veuve Clicquot Pousadim Brut. O garçon não perde tempo e vai logo explicando a razão dos preços mais elevados. “Aqui a bebida é cara, mas honesta”, diz o garçon.
Da mesma forma que os DJs, os garçons são expectadores privilegiados do jogo de sedução. Muitas vezes, levam mais que apenas as bebidas. “A gente leva recado. Às vezes, ajuda a garota que está sendo importunada por um cliente. Aqui dá de tudo. Muitos vêm para cá depois de transar com a namorada, com a esposa. Aqui é o supérfluo, é a diversão sem compromisso. Já vi cara que vinha aqui todo santo dia. Agora nesses tempo, é uma vez no mês”, afirma o garçom Amarildo Ribeiro. Ele também diz que, não rara vezes, viu casais chegarem ao local e a esposa ir logo escolhendo a menina que iria apimentar a noite. “Não duvido de mais nada”, completa.

Clientes acabam revelando seu lado machista

Bhaz entrevistou alguns clientes da Crystal. Eles acabaram deixando claro que trata-se apenas de uma relação entre contratante e prestadora de serviço, mas com um forte traço de machismo. “Eu venho aqui para ver putas. Eu não curto sair com elas. Só se eu estiver na seca mesmo. De resto, sou sádico. Quero ver é elas me desejando. Mas, no fundo mesmo, quero é beber, trocar ideia, não tô a fim de ‘f…’ com nenhuma, por mais gostosa que ela seja. Mas é bom demais ver puta dançando aqui”, comenta o lojista D., de 36 anos, frequentador da boate Crystal.
Do outro lado do salão,  o engenheiro S., de 33 anos, está sozinho e diz que gosta de ir ao local e, sempre que pode, escolhe uma menina com quem irá passar a noite. S. afirma ser um homem tímido em matéria de mulher, problema que na boate, simplesmente deixa de existir. “Aqui as mulheres já chegam. Claro que elas têm um interesse. Mas eu fico com a parte mais fácil, que é apenas dizer sim ou não”, afirma o rapaz, que vai pelo menos duas vezes ao local quando está em Belo Horizonte a trabalho
Casado, o administrador P., de 42 anos, também é um frequentador assíduo da Crystal. O que mais lhe agrada é a segurança. “Aqui, por mais cara que seja a mulher, ele não te traz problema. Aqui é diversão”. Nessa mesma linha de pensamento, o lojista D. duvida das histórias de amor nascidas entre cliente e garota de programa, embora muitas, segundo ele, façam esse jogo. “A mulher sai com o cara uma, duas, três vezes. Aí ela percebe que o cara tem boas condições e já parte para este papo de amor, paixão. Isso é balela. Só se o cara estiver mesmo muito carente”, comenta D., o lojista.
F., de 28 anos, marca presença na Crystal pelo menos três vezes por semana como garota de programa. Diferentemente do que diz D., ela afirma que já se envolveu amorosamente com alguns clientes. Um deles, pagava a ela mensalmente o mesmo que ganhava como garota de programa.  Tudo para ela deixasse a noite. Só que não deu certo. “Com muitos ciúmes e uma desconfiança permanente de que qualquer sumida minha significava que eu estava de volta à vida da prostituição, nosso relacionamento se desgastou. Mas sempre rola paixão. Se o sexo é bom e o papo rola solto, por que não pode rolar amor?”, questiona.
Se não acontece o amor, a paixão, podem acontecer casos que fogem à rotina e que até fazem com que o dinheiro seja deixado de lado. Foi o que aconteceu com L, a baiana. Ela conta que, certo dia, um gari que trabalhava na imediações da boate chegou até ela com um saco cheio de moedas e despejou todas sobre a mesa. “Ele queria sair comigo. Era um cara humilde, trabalhador, mas não tinha dinheiro. Era gente boa, bonito, limpinho. Não cobrei nada. Catei todas as moedas e as devolvi, dizendo que não precisava pagar. Mas também falei que era para ele nunca mais voltar”.

Fetiche em ser prostituta

A advogada G., de 37 anos, está na casa há um mês. À reportagem do Bhaz, ela contou que, após 16 anos de casada, decidiu experimentar o que é ser prostituta. “Procurei na net a casa em que poderia ir. Vim e me apresentei. Eles me aceitaram. Está sendo uma experiência maravilhosa”, afirma ela. G. diz preferir os coroas, já que estes vêm à casa muito desiludidos sentimentalmente. “Os jovens são mais promíscuos.  Com meu primeiro cliente, nem rolou sexo. Ele só queria alguém para conversar. Fomos para a casa dele. Ele ficou alisando meu cabelo. A mãe dele, doente, acompanhada por um cuidador, estava no quarto ao lado. Eu ganhei R$ 1 mil”, afirma G., que se diferencia das demais garotas por usar um vestido abaixo do joelho, fazendo o estilo mais “recatada e do lar”, algo incomum para o local.
Como mora em BH e tem outras atividades durante o dia, confessa ter medo que um conhecido seu entre no local e a reconheça. “Aí estou fulminada”. Por isso, evita ficar logo na porta, como as outras moças, à espera de clientes. Ela prefere um local mais reservado, nas laterais do salão principal. “Certa vez, eu vi um conhecido entrando. Foi o tempo de correr para o banheiro para ele não me ver. Só pedi ao garçon que me avisasse quando ele saísse. Foi um aperto”, conta ela, aos risos.
Pelo programa, G cobra R$ 600. Entretanto, ela pretende levar a experiência de ser garota de programa por apenas mais dois meses. Mas é categórica no que não faz. “Anal, por dinheiro nenhum”, afirma. “Na verdade eu não faço quase nada. Esta vivência está me mostrando o quanto é triste essa realidade. Está sendo algo além do que eu imaginava”.
Fonte: BHAZ

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