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segunda-feira, 24 de junho de 2013

O combustível que alimenta as manipulações nas passeatas

Há um combustível eficiente para dar gás às manobras da direita: as movimentações da esquerda.
O esquema de provocação é simples de entender. Há um mal-estar generalizado no ar, contra tudo e contra todos. As redes sociais potencializaram esse sentimento, que acabou transbordando para as ruas.
Nas ruas, constatou-se o que lideranças lúcidas do PT já tinham percebido desde os tempos do mensalão: é mais fácil a classe média tomar as ruas do que os movimentos populares. A velha mídia tentou criar essa mobilização no julgamento do mensalão. Quase conseguiu. Agora pegou carona nos movimentos do Passe Livre.
Ocorre que ficou claro a existência das bandeiras difusas, a falta de uma voz centralizada de comando, como limalhas jogadas em uma placa, sem um imã para juntá-las.
Quais as bandeiras da direita? O casamento gay, certamente não. A PEC 37, apenas um slogan para a maioria dos participantes. A redução do preço da passagem, de modo algum. Os ataques `a Globo e Veja?
O que os provocadores fazem é potencializar alguns sentimentos difusos, manobrando-os para seu lado. E aí conseguiram a extraordinária contribuição da esquerda. Por exemplo, havia o sentimento disseminado de que a manifestação deveria ser apartidária. Aí o presidente do PT São Paulo decide que as ruas são do PT e coloca manifestantes com a camiseta e as bandeiras do partido.
Entregou de bandeja para os provocadores do tal Movimento Nacionalista, que transformaram o sentimento em ação violenta.
Agora, organizações de esquerda planejam uma grande movimentação esta semana, para mostrar a capacidade de mobilização das esquerdas.
Há a necessidade de um mínimo de bom senso. Qualquer movimentação de rua, neste momento, servirá apenas para prolongar a catarse e servir como massa de manobra para provocadores.
Assim como a violência policial incendiou o movimento, a disputa esquerda-direita jogará combustível em um fenômeno que começa a ceder.
Deixem esvaziar o movimento de ruas e confinem as disputas apenas às redes sociais.
As últimas cenas violentas de rua começam a afastar a classe média. Não há consenso nem entre os grandes grupos de mídia. A Globo está empenhada em mostrar o caráter pacífico e difuso do movimento, com receio de que derive para uma ação contra a Copa do Mundo que prejudique seu negócio da década. Por aí entende-se o editorial do jornal, pedindo o fim das manifestações.
O Estadão não tem interesse em dar corda contra Dilma, para não trazer de volta Lula. Veja parece um desses canhões de navio que ficam soltos no convés, destruindo tudo ao seu redor.
Pretender disputar a rua, neste momento, significará apenas dar forma e substância ao que é, hoje em dia, apenas a exploração oportunista de sentimentos difusos.
Façam uma pausa, recolham as armas, dêem tempo para os diversos governos - federal, estaduais e municipais - respirarem e pensarem nas respostas objetivas às demandas da população.
Fonte texto: Luis Nassif On Line

Discurso do secretário-geral da FSM George Mavrikos, no plenário da 102ª Convenção da Organização Internacional do Trabalho

As condições de vida e trabalho do povo trabalhador hoje são mais difíceis do que durante a última conferência da OIT.
Altíssimas taxas de desemprego, redução de salários e pensões, privatizações em todos os setores economia, as políticas criminosas dos empresários causam a falta de segurança nos locais de trabalho, a violência estatal e a agressividade imperialista são predominantes.
É significativo que enquanto a riqueza produzida aumenta e os mercados estão cheios de produtos de todo tipo, bem como os lucros das multinacionais e da maioria dos empregadores seguem sendo extremamente altos, os direitos dos trabalhadores são eliminados. Essas são as características da profunda crise do sistema capitalista.
Ao mesmo tempo, isso mostra que o capital está aproveitando a crise para aumentar seus lucros à custa das massas populares.
A situação da classe trabalhadora em todos os continentes está piorando.
Em Bangladesh as políticas criminosas das multinacionais e os empresários locais seguem matando trabalhadores. Na Turquia, a violência estatal e o ataque contra os trabalhadores estão aumentando; na Costa Rica, as greves no setor público estão proibidas; no Panamá, os trabalhadores do Canal não podem entrar em greve; o Chile é um exemplo de muitos países que ainda estão violando os convênios fundamentais ratificados há 14 anos.
No Cazaquistão, nos países do Golfo e na Guatemala quase não existe a liberdade de associação. Na Colômbia, os metalúrgicos e mineiros são atacados constantemente. Os trabalhadores da multinacional Glencore estavam em greve durante 98 dias e a multinacional os trata como delinquentes. A Michelin fecha fábricas em Cali e Chusacá. Mas, sem ter em conta tudo isso, a OIT exclui a Colômbia da lista. No Paraguai, dirigentes camponeses são perseguidos, assim como nossos companheiros dirigentes do MOAPA. A classe trabalhadora europeia está sendo empurrada para a pobreza pelas políticas aplicada pela União Europeia e os governos a favor dos empresários. Os trabalhadores e o povo da África vivem em condições extremamente ruins, enquanto seus recursos naturais são roubados diariamente pelas multinacionais.
O direito de oito horas de trabalho estável e seguro, o direito de negociação coletiva setorial e nacional, o direito de greve, o direito à seguridade social e de pensões, o direito à educação pública e à saúde se encontram no epicentro do ataque lançado pelo FMI, Banco Mundial, União Europeia e pelos governos que os apoiam.
A Federação Sindical Mundial, que representa atualmente 86 milhões de membros em 128 países não deixará de defender esses direitos. Seguiremos organizando atividades internacionais e jornadas de ação, seguiremos denunciando essas políticas em nível mundial e continuaremos nos organizando para impedi-los, junto de nossos filiados e amigos na linha de frente pelos direitos do povo trabalhador.
Lamentavelmente, o papel da OIT e de seus escritórios regionais não está ajudando nessa direção. Ao contrário: em vários continentes, como na América Central e no Oriente Médio, seguem uma política de discriminação aos trabalhadores. Estão favorecendo outras partes. Geram dificuldades e obstáculos para muitos sindicalistas. Isso tem que parar. A função dos escritórios regionais e da OIT é tratar a todos os trabalhadores e seus representantes da mesma forma. Estamos pedindo que se detenham as discriminações contra os amigos e filiados da FSM. Pedimos a representação proporcional.
A Federação Sindical Mundial continuará a chamar o movimento sindical internacional na luta conjunta contra a exploração e a barbárie capitalista. Pelo segundo ano, em 3 de outubro de 2013 chamaremos todas as organizações sindicais a marchar militantemente com manifestações, greves e outras atividades por direito à alimentação, água potável, remédios, livros, moradia e outras necessidades atuais do povo.
Ao mesmo tempo, fazemos um chamado a todos os sindicatos combativos e com espírito internacionalista e solidário a estar ao lado do povo palestino em sua luta pela pátria independente. Para defender o direito do povo da Líbia, do Iraque, Síria, Mali, Venezuela, Honduras e Paraguai de defender por si mesmo seu presente e futuro, sem a OTAN ou os imperialistas. Também exigimos que se detenha o bloqueio dos Estados Unidos e seus aliados contra o povo cubano.
Ao fazer uso da palavra aqui na OIT, expresso mais uma vez o respeito e a apreciação da FSM em relação à classe operária da Grécia, que, com sua luta classista resiste e mostra sua desobediência no combate às políticas bárbaras e antipopulares.
Condenamos o governo da Grécia, que demitiu inesperadamente e em uma só noite 2.260 trabalhadores da TV e Rádio públicas do país, e com uma decisão ditatorial fechou a ambas. Os trabalhadores e os dois milhões de desempregados na Grécia devem saber que não estão sozinhos. Estamos a seu lado.
Fonte texto: Portal FSM

CTB Minas convoca dirigentes sindicais e populares para ato público no centro de BH neste sábado


A CTB Minas convoca os sindicatos filiados e os trabalhadores e trabalhadoras de Minas Gerais para participarem do ato público que será realizado neste sábado (26), às 12hs, na Praça Afonso Arinos, no centro de Belo Horizonte.
“Nos últimos dias, o povo brasileiro, principalmente a juventude, tomou as ruas de centenas de cidades, em vários estados, surpreendendo o mundo inteiro, numa maré de manifestações democráticas. Nós, sindicalistas classistas e trabalhadores, que sempre estivemos nas ruas lutando por melhores condições de trabalho, salário, saúde e segurança, não podemos ficar de fora destas manifestações. Temos que participar ativamente das manifestações, enriquecendo-as com as bandeiras de lutas dos trabalhadores”, argumenta o vice-presidente da CTB Minas, José Antônio de Lacerda, o Jota.
Na mobilização, serão defendidas bandeiras de lutas como:
- Redução imediata das tarifas - passe livre já;
- 10% do PIB para Educação;
- 10% do Orçamento Federal para a Saúde;
- Reforma agrária;
- Redução de jornada de trabalho para 40 horas semanais;
- Fim do Fator Previdenciário.
Fonte texto: Blog da CTB MG

Velha mídia dá tiro no próprio pé


Entre mortos e feridos, a mídia golpista brasileira foi quem mais perdeu com as manifestações das últimas semanas. Sua perda tem a ver com a credibilidade que tinha, isto é, se ainda tinha alguma. Sua campanha frenética em nada alterou ou vai alterar a conjuntura política e eleitoral de 2014. Eu diria, sem medo de errar, deu um tiro de bazuca no próprio pé.


Os conglomerados de comunicação incentivaram de Norte a Sul a luta contra os partidos políticos nas manifestações de rua no país. Almejavam eles mesmos disputar o rumo das massas inconformadas com várias coisas, por isso propugnavam pelo “apartidarismo” nos protestos.

Além de faixas e cartazes contra políticos, nas ruas, também havia muita hostilidade em relação à mídia. Prova disso furgões de reportagem do SBT e da Record foram incendiados e profissionais da Globo só conseguiram trabalhar camuflando a logomarca de seus microfones.

O ridículo nisso tudo não é a mídia disputar e perder, mesmo não sendo um partido político (embora ela aja como tal). O pior ainda é que os barões da mídia “introjetaram” bandeiras de seu interesse no movimento das ruas, como a luta contra a PEC 37. Um troço estranho à reivindicação concreta da juventude, como a redução nas tarifas de transporte coletivo.

Os mais tongos, é claro, empunharam a bandeira contra a PEC 37. Agora, além da mídia e alguns direitosos antipetistas de plantão, quem defende poder quase fascista aos promotores de Justiça? Tenha certeza, caro leitor, que o povo não defende isso. Pelo contrário.

O espírito democrático dos brasileiros é maior do que esse interesse de classe disfarçado de luta contra a corrupção. Folgo afirmar que poucos sabem o que representa essa tal PEC 37 e se soubessem sua essência a apoiariam, inclusive os jornalistas que costumam assumir as bandeiras de seus chefes para lhes puxar o saco.

Essa lorota de ser contra a PEC 37 é udenismo puro, portanto. Eu vou mais adiante: quero votar para juiz e promotor de Justiça. Eleição direta. Chega de cargos vitalícios, de tetas vitalícias. Se os brasileiros não têm esse privilégio, por que juízes e promotores precisam dessa mamata?

O bacana que dessas picaretagens patrocinadas pela velha mídia também se extrai ensinamentos pedagógicos. O primeiro diz respeito à necessidade dos partidos políticos na sociedade: ruim com eles, pior sem eles; o segundo, que os barões da mídia transformam seus veículos em partidos mesmo sem alistamento no Tribunal Superior Eleitoral e partem para a disputa de opinião; e o terceiro é que a classe média continua sociologicamente covarde como sempre, pois não tem projeto nem coragem de avançar rumo ao poder — ficou com medo diante dos atos de vandalismo proporcionados pela ausência de verticalidade nos movimentos de rua.

A velha mídia não forçou a barra somente com a questão da PEC 37. Ela também tentou jogar a massa embriagada pelo “apartidarismo” contra as obras da Copa do Mundo. Em Curitiba, nesta sexta-feira, burguesinhos bem nutridos literalmente levaram “pau” da torcida organizada ‘Os Fanáticos’ do Clube Atlético Paranaense, que defenderam a integridade da Arena da Baixada.

Se alguma tragédia ocorreu ou ocorrer nesses protestos de rua, a meu ver, tem uma única culpada: a carcomida velha mídia; ela mesma, aquela que sempre apoiou a “borracha” nos estudantes e a tortura na ditadura militar, inclusive com eliminação física dos oponentes.

Precisa falar (escrever) mais?


Fonte texto: Blog do Miro.

Governo lança nota sobre investimentos federais para a Copa

Os ministérios do Esporte e de Planejamento e Gestão lançaram na noite deste domingo (23) nota conjunta desmentindo a matéria veiculada pelo Portal UOL no mesmo, assinada por Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski, que, “distorce informações, faz relações incorretas e induz o leitor a uma interpretação errada dos fatos.  


De acordo com o governo federal, “não há um centavo do Orçamento da União" direcionado à construção ou reforma dos estádios onde serão disputados os jogos da Copa do Mundo de 2014.

Os dois ministérios esclarecem que há uma linha de empréstimo, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com juros e exigência de todas as garantias bancárias, como qualquer outra modalidade de crédito do banco. 

“O teto do valor do empréstimo, para cada arena”, diz a nota ministerial, “é de 400 milhões de reais, estabelecido em 2009, valor que permanece o mesmo até hoje”. O documento informa ainda que o BNDES tem taxas de juros específicas para diversas modalidades de obras e projetos e que o financiamento dos estádios faz parte de uma dessas modalidades.

O texto é taxativo: “Não houve qualquer aporte de recursos do Orçamento da União nos últimos anos para a Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília). Portanto, a matéria do UOL está errada. Não há recurso algum do Orçamento da União para a obra de nenhuma das arenas, o que inclui o Estádio Nacional Mané Garrincha”.

De acordo com os ministérios do Esporte e de Planejamento e Gestão, as isenções discais não podem ser consideradas gastos. Segundo a ótica do governo, estas isenções “alavancam geração de empregos e desenvolvimento econômico e social, e são destinadas a diversos setores e projetos”. A nota exemplifica: “Só as obras com as seis arenas concluídas até agora geraram 24.500 empregos diretos, além de milhares de outros indiretos, principalmente na área da construção civil”.

O documento reitera a destinação dos aportes de dinheiro público para a Copa do Mundo de 2014: “É importante reforçar que todos os investimentos públicos do Governo Federal para a preparação da Copa 2014 são em obras estruturantes que vão melhorar em muito a vida dos moradores das cidades. São obras de mobilidade urbana, portos, aeroportos, segurança pública, energia, telecomunicações e infraestrutura turística”.

A nota ministerial finaliza afirmando que a realização de megaeventos representa para o país uma oportunidade para acelerar investimentos em infraestrutura e serviços, melhorando as cidades e a qualidade de vida da população brasileira. “Os investimentos fortalecem a imagem do Brasil, de seus produtos no exterior e incrementa o turismo no país, gerando mais empregos e negócios para o povo brasileiro”.

Fonte texto: Portal Vermelho

terça-feira, 18 de junho de 2013

Medo?


Tive medo.
Por alguns minutos eu me encolhi em mim mesmo.
Me passou muitas coisa pela cabeça.
Ao olhar a cara dos trabalhadores da segurança publica (ou quase publica), nos olhando com se fossemos bandidos e fossemos atacar o maior bem do povo: a democracia.
Tive medo.
Tive vontade de correr e me esconder em algum lugar alí, proximo a avenida, de forma que não conseguisse ver ou ouvir nada.
Fingir para mim mesmo que não está acontecendo nada.
Tive medo.
Tive muito medo.
Um medo incontrolavel de ficar dias pensando neste acontecimento.
Mas o medo que sentia não era de entrar na frente dos soldados da policia anti-povo.
Não era de abrir os braços e de encontro as bombas e balas de borracha.
Sai do movimento sindical em que temos um adversario que não mede esforços para nos derrotar.
Não tive receio da mídia golpista pronta para deturpar os movimentos sociais e enaltecer o sistema de exploração.  
Na verdade o que tive, foi um medo pavoroso de dizer para as minhas filhas que aquilo que elas leram ou lerão nos livros de história do Brasil foi vivencial pelo seu pai quase quarenta anos após o seu final anunciado.
Que democracia dos atos dos movimentos sociais são tratados com balas de borracha.
Que quando andei de braços abertos para seguir em frente sem me armar com a covardia do estado fui intimidado com gás lacrimogeneo.
Que não dei a mão para o companheiro para lhe comprimentar e sim para levanta-lo após ser agredido pela força policial.
Tenho medo de dizer que senti um pouco do gosto amargo da ditadura militar.
De um sindicalista e trabalhador e ser tratado com marginal.
De ver a constituição que todos lutaram por ela, ser rasgada a caneta do neo-liberalismo.
Tenho medo do estado opressor atacar minha casa.
Desonrar minha familia.







Romney Mesquita
Dirigente SITRAMICO MG e CTB MG

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Haddad, exclusivo: o MPL e a militância digital

Em plena efervescência do Movimento Passe Livre, o prefeito Fernando Haddad recebeu o Jornal GGN em seu gabinete, na prefeitura de São Paulo, para uma entrevista gravada.
Contou sobre os convites para que o MPL viesse negociar, a dificuldade de identificar os líderes do movimento, a surpresa quando viu reprtagem com uma das lídreres - que parecia ser da idade de sua filha.
Mostrou a impossibilidade da tarifa zero, os custos dos transportes nos últimos anos.
Finalmente, discorreu sobre o novo personagem político, o militante virtual. Muitos de seus assessores foram às ruas pelas diretas e com os caras pintadas. No momento, debruçam-se em reuniões para aprender como abrir a porta e trazer a rapaziada para as salas, em vez de ficarem batendo a cabeça nos corredores.
É cuidadoso na análise dos incidentes, para não contaminar as relações com o governo do Estado.
Vídeo sobre a matéria:

A resposta é mais democracia


Não enxergar o elo entre as ruas e o ciclo histórico costuma ser fatal às lideranças de uma época. 

Acreditar que o elo, no caso dos recentes protestos em São Paulo, está no aumento de 20 centavos sobre uma tarifa de transporte congelada desde janeiro de 2011, é ingenuidade.

Supor que a ordenação entre uma coisa e outra poderá ser restabelecida à base de cassetetes e pedradas é o passaporte para o desastre.

Desastre progressista, bem entendido.

A lógica conservadora nunca alimentou dúvidas existenciais ou políticas quanto a melhor forma de manter o caos nos eixos. 

Esse é um apanágio do seu repertório histórico.

O colapso do trânsito, inclua-se nesse desmanche o custo e o tempo despendidos nos deslocamentos, é apenas o termômetro mais evidente de um metabolismo urbano comatoso.

Cerca de 1/3 dos paulistanos, aqueles mais pobres, residentes nas periferias distantes, levam mais de uma, a até mais de duas horas no trajeto da casa ao trabalho.

Os tempos indicados são referentes à ida; não consideram o gasto no retorno.

Os dados são de pesquisa recente do Ibope.

Não se produz uma irracionalidade desse calibre sem um acúmulo deliberado. 

Estudos do Ipea reiteram a piora nas condições de transporte urbano das principais áreas metropolitanas do país desde 1992.

O Brasil tem a taxa de urbanização mais alta em uma América Latina que lidera o ranking mundial nesse indicador, diz a ONU.

O país concluiu a transição rural/urbana em três décadas, açoitado pela política de modernização conservadora do campo.

Isso se fez sob a chibata de uma ditadura militar .

E não poderia ter sido feito exceto assim.

A virulência do Estado ditatorial fez em um terço do tempo aquilo que as nações ricas levaram um século para realizar.

A coagulação da insensatez na atual ‘imobilidade urbana’ reflete o saldo de perdas e danos dessa marcha batida da história.

O crescimento populacional desordenado das grandes cidades, agudizado pelas referidas migrações é um dos alicerces da ruína. 

Ancorada na omissão pública de décadas, a expansão irracional e especulativa da mancha urbana ganhou vida própria. 

Com os desdobramentos logísticos sabidos: aumento das taxas de deslocamento e motorização; explosão dos congestionamentos e do custo do transporte.

Na vida da cidade e no bolso de cada cidadão.

Não é figura de retórica dizer que esses ingredientes acionam o pino de cada bomba de gás lacrimogênio e faíscam o pavio de cada enfrentamento irrefletido nas batalhas campais registradas na cidade de São Paulo em menos de uma semana.

Repita-se: o conservadorismo tem certezas esféricas quanto a melhor forma de lidar com a nitroglicerina social contida nas cápsulas de concreto que ergueu no país nas últimas décadas. 

Suas escolhas não podem ser as mesmas das forças progressistas.

O nivelamento regressivo acontecerá caso a inércia política ceda o comando dos acontecimentos à lógica da violência.

No caso dos protestos em São Paulo, a responsabilidade da autoridade municipal é superlativa. 

Cabe-lhe reafirmar o divisor entre a gestão progressista de uma sociedade e a visão conservadora sobre os seus conflitos.

Carta Maior saudou a vitória de Fernando Haddad em 2012 por entender, como entende, que ele representa o resgate do cimento da democracia na reconstrução de São Paulo.

Mais que isso.

Por entender que a sorte de São Paulo sob a liderança da nova administração marcará o destino da agenda progressista brasileira no período em curso. 

A maior metrópole latino-americana constitui um gigantesco laboratório de desafios e recursos.

Tem a escala necessária para gerar contracorrentes vigorosas, a ponto de sacudir e renovar a agenda da esquerda brasileira, após mais de uma década no comando do país. 

A deriva em que se encontram os serviços e espaços públicos da cidade é obra meticulosa e secular de elites predadoras.

Ao longo de décadas, a Prefeitura consolidou-se aos olhos da população como um anexo dessa lógica expropriatória, quando deveria funcionar como um escudo do interesse coletivo.

Incapaz de se contrapor à tragédia estrutural que marca a luta pela vida em São Paulo, tornou-se uma ferramenta irrelevante aos olhos da cidadania.

A tragédia se completa com o descrédito da população em relação ao seu próprio peso na ordenação institucional da cidade.

Daí para acender uma espiral de enfrentamentos bastam 20 centavos de diferença na tarifa.

Sim, há outras nuances e interesses entrelaçados ao destaque esquizofrênico com que a mídia convoca e, depois, alardeia o caos a cada protesto.

Tais motivações são as mesmas que fizeram do tomate um astro olímpico na modalidade ‘descontrole dos preços’, há menos de um mês. 

As mesmas que hoje alardeiam ‘a explosão’ do dólar – e, ontem, denunciavam o ‘populismo cambial’ e os malefícios, verdadeiros, do Real sobrevalorizado.

Essas motivações exercitam sua sofreguidão cotidianamente na mesmice de uma mídia que se esboroa sob o peso de sua própria irrelevância jornalística.

A resposta da Prefeitura de São Paulo aos protestos não deve se pautar pelos uivos do jogral conservador.

Não se trata, tampouco, de conciliar com a violência gratuita.

Mas, sim, de encarar as manifestações como um mirante privilegiado para fixar uma nova referência na vida da cidade.

Qual seja, a de calafetar o abismo conservador que predominou secularmente na relação entre a Prefeitura e os moradores da metrópole, sobretudo a sua parcela mais pobre.

O trunfo do prefeito Fernando Haddad é ter sido eleito para isso.

Ele tem legitimidade para subtrair espaços à engrenagem opressora e devolve-los a uma cidadania há muito alijada das decisões referentes ao seu destino e ao destino do seu lugar.

Um salto de qualidade e intensidade na participação democrática na gestão da cidade; essa é a resposta para a fornalha da insatisfação.

Da qual os incidentes de agora podem representar apenas um prenúncio pedagógico.

São Paulo é o produto mais representativo do capitalismo brasileiro. 

Um labirinto de contradições, uma geringonça que emperra e se arrasta, desperdiça energia e cospe gente enquanto tritura e refaz o seu concreto de desigualdade.

Não há solução administrativa ou orçamentária imediata para o caos deliberadamente construído aqui.

A resposta à lógica que sequestrou a cidade dos seus cidadãos é devolvê-la a eles fortalecendo os canais existentes e abrindo outros novos, que dilatem o seu discernimento e a capacidade de erguer linhas de passagem entre o presente e o futuro. 

A alternativa é a anomia, eventualmente sacudida de gás lacrimogênio e pedradas.


Fonte texto: A Carta Maior

Chefes da Fiat tentam impedir direito de organização dos trabalhadores e agridem dirigentes do Sindicato

Dois diretores do Sindicato foram agredidos por líderes da Fiat Automóveis, na portaria 5 da montadora, em Betim, na última quinta-feira (13), quando tentavam informar os trabalhadores sobre o andamento das negociações da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) de 2013, nas quais, até o momento, a Fiat não apresentou nenhuma proposta aos metalúrgicos.
Os alvos das agressões foram os diretores Alex Santos e José Nunes, que trabalham na empresa. Inicialmente, alguns RHs e cerca de 15 líderes desferiram palavrões contra os dirigentes sindicais. Como ambos não se deixaram intimidar, Alex Santos (foto) acabou sendo agredido com socos nas costas por um dos chefes.
“A agressão não foi maior porque alguns colegas seguraram o líder. Mesmo assim, ele ainda tentou se desvencilhar para me agredir e me ameaçou, dizendo que estaria me esperando naquele local novamente para ‘quebrar minha cara’ ”, contou Alex.
Mesmo com toda a repressão e agressão dos líderes, Alex Santos recebeu uma advertência do RH da Fiat, que alegou que ele havia dito palavras que desabonaram o agressor.
Na sexta-feira (14), os diretores do Sindicato voltaram a ser atacados por chefes da Fiat, na tentativa de impedir que os dirigentes sindicais tivessem contato com os metalúrgicos da fábrica.
Diante da gravidade da situação, o Sindicato, por meio do seu Departamento Jurídico, estuda as medidas cabíveis a serem tomadas para resguardar a segurança dos dirigentes sindicais e o direito de organização dos trabalhadores.
“O Sindicato, como legítimo representante dos metalúrgicos, não vai se deixar intimidar por chefes despreparados, que tentam calar a todo custo os diretores do Sindicato e impedir os trabalhadores de terem acesso às informações de seu interesse. Exigimos respeito aos dirigentes do Sindicato e aos trabalhadores em seu local de trabalho e mais democracia na fábrica”, disse o diretor do Sindicato, Alex Santos.
Fonte texto: Blog da CTB MG

Foz de Iguaçu : XXI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba reúne cerca de 400 apoiadores


Os mais de 400 delegados de grupos de solidariedade e associações José Martí de todo o território do Brasil participaram da XXI Convenção Brasileira de Solidariedade a Cuba  na cidade de Foz de Iguaçu. No dia 14, os participantes ouviram  conferência oferecida pelo doutor Angel Mauro Alfonso Fernández, que falou sobre o programa de atendimento primário de saúde e a cooperação internacional neste ramo.

Os desafios do processo de integração latino-americano e as experiências dos movimentos de solidariedade foram outros temas a serem discutidos no encontro, realizado na fronteira com a Argentina e o Paraguai.

Durante o evento, Socorro Gomes, do Centro Brasileiro de Solidariedade com os Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), exigiu a retirada das tropas norte-americanas da base de Guantánamo, território cubano ocupado ilegalmente pelos Estados Unidos. Exigiu nesse sentido a necessidade de construir a unidade latino-americana para exigir com mais força a entrega dese pedaço de solo cubano ao seu povo e a suspensão da política hostil da Casa Branca contra a maior das Antilhas.

Apesar do bloqueio econômico e financeiro imposto pela Casa Branca há mais de 50 anos contra Cuba, essa nação é um país soberano que conta com o melhor sistema sanitário do mundo, assegurou.

Uma das convidadas a esse encontro, Adriana Pérez, esposa de Gerardo Hernández, um dos cinco antiterroristas cubanos presos nos Estados Unidos em 1998, solicitou apoio para conseguir a libertação desses lutadores.

Pérez denunciou as violações dos direitos humanos cometidas pela administração estadunidense, que negou a possibilidade de visitar seu marido ao negar-lhe o visto todas as 12 vezes nas quais foi solicitado.

Gerardo Hernández foi condenado a duas condenações perpétuas mais 15 anos de prisão e ainda permanece preso, da mesma forma que outros três de seus companheiros de causa: Ramón Labañino, Antonio Guerrero y Fernando González, apesar da forte pressão internacional para que o governo estadunidense os libere.
O outro antiterrorista, René González, saiu da prisão em liberdade condicional está em Havana, após renunciar a sua cidadania estadunidense.

Os Cinco, como são conhecidos a nível internacional, monitoravam os planos das organizações terroristas financiadas pelos Estados Unidos e sediadas no sul da Flórida.

A XXI Convenção brasileira encerrou com  com a aprovação de um documento chamado Carta de Foz do Iguaçu, na qual serão expostas as medidas e ações para impulsionar durante os próximos 12 meses a defensa de Cuba.

No sábado, dia 15 de junho, os participantes fizeram manifestação de apoio a Cuba na Ponte da Amizade, divisa entre Brasil e Paraguai
Fonte texto: Blog da ACJM MG

Nova Ditadura?

As manifestações desta quinta-feira (13) em São Paulo revelaram para a sociedade brasileira a faceta da Polícia Militar que a periferia conhece bem: violência, truculência e repressão. Qualquer um dos 10 mil manifestantes que estiveram presentes no ato são testemunhas de partiram da polícia os atos que iniciaram a confusão. Os demais atos foram reação a uma ação orquestrada e treinada desde os tenebrosos tempos da ditadura militar.
Parecia que estávamos revivendo aqueles tempos sombrios. A polícia agiu como em um Estado de Exceção. Éramos estudantes, trabalhadores, jovens, desempregados e indiscriminadamente, alvos de balas de borracha, gás lacrimogêneo e de pimenta, do medo. Bombas espalhavam o pânico pelas ruas do centro. A todo o momento, por qualquer rua em que se tentava andar, encontrávamos grupos correndo da polícia, que fecharam várias ruas de acesso à Paulista para evitar que os manifestantes chegassem até lá.
Estava na Rua da Consolação quando a polícia iniciou a ofensiva. Até aquele momento o que se via era uma multidão pacífica, diversa, exercendo o pleno direito de sua liberdade de manifestação. Gritos de não à violência eram os mais comuns. Mas a resposta foi outra.

Hoje estamos todos indignados com a ação policial. Acontece que este comportamento não é novidade. É o padrão contra jovens, negros e pobres que vivem nas periferias bem longe do centro. Quantas e quantas vezes denunciam que a polícia atira primeiro e pergunta depois? Nossa indignação não pode ser só contra a ação no centro contra jovens de classe média, jornalistas… A PM é uma instituição falida. Criada no contexto da ditadura para reprimir e é isso que faz.

O grito eclodiu


São Paulo é uma cidade hostil: as pessoas demoram uma, duas, três horas por dia para ir e igual tempo para retornar para suas casas. Para chegar no centro, pego diariamente ônibus, trem e metrô e por isso engrosso o coro dos descontentes. A questão não é somente os R$ 0,20 do aumento. Olhando assim parece pouco. Mas não é. 

Todos os meios de transporte públicos na cidade são precários e de baixa qualidade. Os trabalhadores, que historicamente foram expulsos do centro, se deslocam por vários quilômetros, diariamente, enfrentando diversas violências cotidianas, pequenas, mas não por isso menos agressivas. São Paulo não é pensada para pessoas. O movimento Existe Amor em São Paulo reivindicava justamente isso no final do ano passado, durante a campanha eleitoral para a prefeitura. O movimento ampliou e segue na rua reivindicando legitimamente direitos, melhores condições. A maior cidade do país reage com bombas e tiros.

Este despertar, esta reivindicação pela redução do valor da tarifa, visto por muitos dentro da própria esquerda com desconfiança, é o estopim de demandas históricas do paulistano. O metrô tem poucas linhas em uma cidade que é gigantesca. Os vagões são superlotados, sem o mínimo de conforto. O trem, mantido pela CPTM, é lento, lotado e semanalmente tem panes deixando as pessoas que vivem na grande São Paulo muitas vezes sem alternativa para retornarem para suas casas. Os corredores de ônibus são insuficientes, os veículos superlotados e quem depende deste transporte passa horas e horas parado no trânsito caótico da maior cidade do país. Estas questões, somadas, resultam no que vemos hoje: inconformidade, revolta e desejo de mudar.
Ao ver o movimento nas ruas, nós, que sofremos todo este tempo calados, tendo que engolir a revolta, sem ter por onde extravasar, que vimos, aumento após aumento o descaso das autoridades com a real situação da população: reagimos. 


Não moro em São Paulo e na minha cidade, o valor do ônibus acompanha a capital. Em São Paulo, ainda tem o Bilhete Único que permite pegar vários veículos com uma só passagem. Em Franco da Rocha não. Pagamos R$ 3,20 para andar poucos quilômetros.

Com os protestos na capital, passamos a sentir a força e a possibilidade que temos de mudar. Assim se faz democracia. Assim se faz um país e um mundo melhor. Os governos devem ouvir a voz que vem das ruas. Quanto maior for a repressão, mais força teremos para lutar. Perguntaram-me se é o início de uma “Primavera Brasileira”. A verdade é que estamos no outono. Mas uma coisa é certa. Em meus 27 anos nunca vi nada semelhante em São Paulo. E não será fácil reprimir este povo. Não ficaremos mais passivos.

Altamiro Borges: Manifesto contra a violência da PM

Crescem as críticas na sociedade à brutal violência da PM de São Paulo, sob comando tucano, contra jovens em luta pela redução das tarifas do transporte público. Pesquisas já indicam que a população paulista apóia os legítimos protestos da juventude - mas rejeita atos tresloucados.

Um ampla unidade vai se forjando em defesa da plena liberdade de manifestação e contra a postura fascista do governador Geraldo Alckmin.
O manifesto abaixo é mais uma iniciativa importante neste rumo. Assine! Ajude a divulgar!
A ação da Polícia Militar do estado de São Paulo em protesto de jovens contra o aumento das tarifas da passagem do ônibus, metrô e trem na capital paulista é mais um episódio na história de violência e desrespeito ao direito de organização e manifestação. 


O direito de manifestação sofre permanente ameaça no país, mesmo depois de 25 anos de promulgação da Constituição Federal, o que demonstra que a democracia ainda não está consolidada no país. A PM do estado de São Paulo, controlada pelo PSDB, mantém os métodos que desenvolveu na ditadura militar, reprimindo manifestações, efetuando prisões políticas de cidadãos e estimulando tumultos, inclusive com infiltrações para desmoralizar a luta e organização popular.

Não podemos esperar um comportamento democrático de uma PM liderada pelo PSDB que, em janeiro de 2012, mobilizou helicópteros, carros blindados e 2 mil soldados do Batalhão de Choque para fazer a reintegração de posse violenta de 1600 famílias que viviam desde 2004 no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP).

A legitimidade do protesto dos jovens contra o aumento das tarifas não pode ser desmoralizada por causa de ações equivocadas de uma minoria, que infelizmente não compreende que a sociedade está do lado daqueles que querem transporte barato e de qualidade para a população de São Paulo.

Apesar desses acontecimentos pontuais, a responsabilidade pela violência nos protestos é da Polícia Militar, que tem provocado o conjunto dos manifestantes, promovido o caos e agredido cidadãos que estão nas ruas exercendo o seu direito de manifestar de forma pacífica. 


Esses protestos são importantes porque colocam em xeque uma questão central para a população da cidade, que é a mobilidade urbana. Os paulistanos perdem horas e horas todos os dias dentro de um carro ou ônibus parados no trânsito ou de um vagão de metrô e trem lotados. Horas que poderiam ser destinadas para ficar com a família ou para cultura, esporte e lazer, das quais são privados por causa de uma clara opção que privilegia o transporte privado e individual em detrimento do público e coletivo.

O histórico crescimento desordenado da cidade, o trânsito causado pelo número de carros nas horas de pico, a falta de linhas de metrô/trem, a baixa qualidade do sistema e a chantagem das empresas privadas concessionárias de ônibus, as altas tarifas do transporte público representam um problema social, que prejudica o conjunto da população, especialmente os mais pobres, que moram na periferia.

A lentidão da expansão do metrô é uma questão crônica da gestão do PSDB, que construiu apenas 21,6 Km de linhas do metrô, o que representa uma média de 1,4 km por ano. Com isso, São Paulo tem a menor rede metroviária entre as grandes capitais do mundo (apenas 65,9 km).

A gravidade dessa questão fez com que a mobilidade urbana fosse um dos temas centrais da campanha eleitoral para a prefeitura no ano passado. E o candidato Fernando Haddad, que acabou eleito, prometeu dar respostas que tocassem na raiz do problema.

A movimentação da prefeitura para adiar e realizar um aumento da passagem do ônibus abaixo da inflação do último período, dentro de um quadro de pressão das empresas concessionárias, não atende os anseios criados com a derrota dos setores conservadores nas eleições em São Paulo.

A resolução da questão urbana exige medidas estruturais, como a efetivação de um modelo de desenvolvimento, que prescinda o estímulo à indústria automobilística, e a implementação do controle direto sobre as tarifas por meio da municipalização dos transportes. Com isso, se evita soluções paliativas como a subvenção das concessionárias, financiando setores cujo interesse em lucrar se choca com a possibilidade de um sistema de transporte que atenda as necessidades da população.

Por isso, os protestos realizados pelos jovens ganham importância, uma vez que representam um sintoma do problema e constituem uma força social que pode apontar e sustentar mudanças estruturais na organização territorial e na mobilidade urbana. Essas mobilizações são um instrumento de pressão sobre as autoridades, para sustentar um processo de negociação, especialmente com a prefeitura, que esperamos que possa render conquistas para a população e acumular forças para novas lutas que virão.

Nesse processo, a mídia burguesa e os setores conservadores colocam uma cortina de fumaça sobre as soluções estruturais para as quais apontam os protestos, com a execração pública dos atos realizados por uma minoria. Esse tipo de cobertura coloca luz sobre os vínculos dos meios de comunicação da burguesia com as empresas automobilísticas (interessadas em vender mais carros), com as empresas privadas concessionárias de transporte (que lucram com a chantagem sobre a prefeitura) e com a especulação imobiliária (contrária à reorganização territorial).

Assim, manifestamos nosso apoio aos protestos dos jovens em defesa do transporte público, dos quais queremos contribuir para garantir a massificação e manifestação organizada e pacífica, condenamos a ação violenta da Polícia Militar, cobramos a libertação dos presos políticos e rechaçamos o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem.

- ABGLT- Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
- Consulta Popular
- Fora do Eixo
- JCUT- Juventude da Central Única dos Trabalhadores
- JPT/SP- Juventude do Partido dos Trabalhadores da cidade de São Paulo
- JSOL - Juventude Socialismo e Liberdade
- JUNTOS!
- Levante Popular da Juventude
- MAB- Movimento dos Atingidos por Barragens
- MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
- PJ- Pastoral da Juventude
- PJMP- Pastoral da Juventude do Meio Popular
- Quilombo
- REJU- Rede Ecumênica da Juventude
- UBES- União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
- UJR- Partido Comunista Rebelião
- UJS- União da Juventude Socialista
- UNE- União Nacional dos Estudantes 

Vídeo sobre a matéria:
Fonte texto: Portal Vermelho

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Moção de apoio do CNPIR aos editais para produtores e artistas negros do Ministério da Cultura


MOÇÃO DE APOIO AOS EDITAIS PARA PRODUTORES E ARTISTAS NEGROS DO MINISTÉRIO DA CULTURA N.º 9, DE 29 DE MAIO DE 2013

O Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão vinculado à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), reunido na sua Quadragésima Reunião Ordinária, realizada nos dias 28 e 29 de maio de 2013, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei n.º 10.678, de 23 de maio de 2003, pelo Decreto n.º 4.885, de 20 de novembro de 2003 e pelo Decreto n.º 6.509, de 16 de julho de 2008, torna público o seu posicionamento em defesa da manutenção dos Editais Protagonismo da Juventude Negra na Produção Audiovisual, da Secretaria do Audiovisual (SAV) do MinC; Prêmio Funarte de Arte Negra, da Fundação Nacional das Artes (Funarte); Apoio de Co-edição de Livros de Autores Negros e Apoio a Pesquisadores Negros, da Fundação Biblioteca Nacional.A decisão do Juiz Federal José Carlos do Vale Madeira, que determinou a “sustação de todo e qualquer ato de execução dos Concursos relacionados aos editais de incentivo à cultura negra lançada pelo Ministério da Cultura (Minc) em 19 de novembro de 2012”, representa um duro golpe nos esforços de promoção da igualdade racial, com destaque para a utilização de ações afirmativas como mecanismo legal e legítimo de superação de desigualdades históricas.Com o argumento de que os editais “representam uma prática racista, por ser exclusivamente para negros”, o referido juiz desconsidera que os afro-brasileiros, mais da metade da população, não têm acesso proporcional aos recursos públicos de apoio à cultura e às artes, sejam eles oriundos do setor público ou do setor privado.

A este propósito, cabe registrar que, segundo a Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, nos últimos quatro anos, de um total de 30 mil propostas de incentivo, 473 eram ligadas à cultura negra. Destas, 93 foram aprovados para captação de recursos e apenas 25 receberam patrocínio por meio da Lei Rouanet. No entanto, os patrocinadores privados que se valem desta Lei nunca foram acionados por racismo pela Justiça, embora, como mostram os números, privilegiem sistematicamente produtores e artistas brancos. A afirmação de que os Editais estariam estimulando “a estruturação de gueto cultural”, ou a exclusão sumária de outras etnias, também não se sustenta, considerando ademais as iniciativas do MinC com outros grupos historicamente discriminados - mulheres, ciganos e indígenas. Assim como os Editais sustados, isso se dá em total consonância com o Plano Nacional de Cultura (Lei 12.343/2010), Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) que prevêem programas de reconhecimento, preservação, fomento e difusão do patrimônio e da expressão cultural de grupos sujeitos à discriminação e marginalização.Exigir “isonomia” para grupos sociais que nunca foram tratados como iguais é, sem dúvida, agir para a manutenção do muro impeditivo de oportunidades para os negros. Um muro cimentado pelo imaginário hegemônico que, negando a diversidade, se traduz na exaltação da estética que reconhece a Europa como matriz exclusiva de tudo que é considerado positivo na sociedade brasileira.

Desse ponto de vista, não são os negros que excluem os demais grupos étnicorraciais do acesso a recursos, estatisticamente insignificantes no montante destinado à cultura e às artes no Brasil. Portanto, o ato de “abrir um acintoso e perigoso espectro de desigualdade racial”, diferentemente do que afirma o Juiz Federal, tem sido das instituições que reproduzem no cotidiano diversas formas de discriminação e, hoje, dão suporte às tentativas de desmontar as conquistas de inclusão e superação das injustiças vividas pela população negra.O CNPIR, ao repelir a liminar expedida pela Justiça Federal do Maranhão, declara seu incondicional apoio à continuidade dos Editais para produtores, pesquisadores e artistas negros, lançados pelo Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.Que a Justiça Federal transforme a deplorável sustação dos Editais em oportunidade para se colocar, sem vacilações, ao lado da histórica decisão unânime do Supremo Tribunal Federal em favor das ações afirmativas e de um Brasil livre dos efeitos perversos do racismo.

Plenário do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, em sua Quadragésima Reunião Ordinária.

"O alcance das suas capacidades é assustador", diz fonte que revelou programa de vigilância dos EUA

Edward Snowden, de 29 anos, disse ter esperado uma atuação mais contundente de Barack Obama, mas o presidente"continuou as políticas dos seus antecessores"
Edward Snowden
WASHINGTON (AFP) - A fonte que revelou o programa secreto de vigilância das comunicações de Washington é o jovem americano Edward Snowden, de 29 anos, assessor da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês). "Não quero viver em uma sociedade que faz esse tipo de coisa (...) em um mundo em que tudo que eu faço e digo fica registrado", explicou Snowden, em entrevista por vídeo concedida ao jornal britânico "The Guardian", divulgada neste domingo.
O jovem contou que decidiu revelar os programas de inteligência à imprensa depois de chegar à conclusão que eram "abusos" contra o público, cometidos em nome da segurança e após esperar que o presidente Barack Obama cumprisse sua promessa de aumentar a proteção dos cidadãos contra essas práticas. "Mas o presidente continuou as políticas dos seus antecessores", lamentou Snowden.
O responsável por um dos maiores vazamentos de documentos sigilosos da história dos Estados Unidos - junto com o soldado Bradley Manning, que está sendo julgado por entregar milhares de telegramas diplomáticos ("cables") ao site WikiLeaks - é um ex-funcionário da CIA.
Ele disse ter agido em defesa do interesse público e pela proteção da vida privada dos cidadãos. Snowden disse ao "Guardian" que nunca quis manter o anonimato: "Estou consciente de que vou pagar um preço pelas minhas ações".
"Meu único objetivo é informar as pessoas sobre o que está sendo feito em seu nome e o que se faz contra", justificou, acrescentando que "a NSA mente sistematicamente para o Congresso a respeito da magnitude da vigilância que exerce nos Estados Unidos".
"Captamos mais comunicações eletrônicas nos Estados Unidos do que na Rússia. Vocês não imaginam tudo que se pode fazer. O alcance das suas capacidades é assustador", afirmou.
Há três semanas, teve de deixar a mulher, com quem tinha "uma vida muito confortável" no Havaí, com salário de US$ 200 mil ao ano, e se mudou para Hong Kong antes da divulgação dos vazamentos, relatou ao jornal.
"Estou disposto a sacrificar tudo isso, porque não posso, na minha alma e na minha consciência, permitir que o governo dos Estados Unidos destrua a vida privada, a liberdade da Internet e as liberdades fundamentais de todo o mundo com esse enorme sistema de monitoramento que está sendo realizado secretamente", disse ele.
Nascido em Elizabeth City, na Carolina do Norte, Snowden viveu com a família em Fort Meade, Maryland, onde fica a base da NSA. Na entrevista, ele revelou que não concluiu seus estudos de Informática na Universidade de Maryland. Em 2003, se alistou no Exército e começou o treinamento para se juntar às forças especiais, em nome dos mesmos princípios que hoje evoca para revelar os documentos secretos: "Queria combater no Iraque (...) para ajudar a libertar os iraquianos da opressão".
Depois de um acidente, no qual quebrou as duas pernas, ele abandonou o Exército e conseguiu seu primeiro emprego, como segurança, em um dos prédios secretos da NSA, no campus da Universidade de Maryland.
Mais tarde, foi contratado pela CIA, para trabalhar na segurança dos sistemas de informática. Seu conhecimento de Internet e seu talento como programador fizeram sua carreira avançar rapidamente e foi enviado para Genebra.
Ele trabalhava para a NSA há quatro anos, como funcionário terceirizado para diversas empresas, como a Dell, ou Booz Allen Hamilton, seu último patrão.

Fonte Texto: A Carta Capital